segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Contexto histórico do Modernismo

As agitações da primeira década do século XX se tornaram mais evidente nos anos 1920 quando a "República do café com leite" passou a dar sinais de desgaste. O contexto da crise da república no Brasil se deu no período dos "anos loucos", bastante ricos do ponto de vista cultural. Era o período pós-guerra, e o continente europeu comemorava o fim do conflito e perimentava a efervescência intelectual. A arte moderna nasceu dessas várias tendências, e se espalhou pelo mundo inteiro com o Futurismo, o Expressionismo e o Cubismo. Nesse cenário de inquietações e questionamentos se organiza a Semana da Arte Moderna: movimento artístico, social e político, que aconteceu nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. Este evento que revolucionou a cultura brasileira foi uma tentativa de jovens artistas, cansados da literatura inspirada nas escolas de belas artes francesas ao gosto burguês, mostrarem o que estavam fazendo de novo no país, visto que, essa inovação já acontecia na Europa. Enfim, inspirados por novas ideias, pretendiam romper com os velhos padrões estéticos que vigoraram no século XIX.

Contexto histórico e mudanças do pós-modernismo

Apesar de ter nascido em 1945, o pós-modernismo teve nos anos 60 uma época de grandes mudanças devido às descobertas tecnológicas, sociais, artísticas, científicas e arquitetônicas. Os artigos passaram a ser produzidos em série e padronizados, e a economia passou a ser controlada pela informação, constituindo o cenário pós-moderno.

Pós-modernismo

Também conhecido como pós-industrial, o movimento pós-modernista vem acontecendo desde o fim do Modernismo e é uma expressão usada para designar as mudanças que a ciência, as artes e a sociedade sofreram dos anos ‘50 para cá. Caracterizado pela disseminação dos meios de comunicação e da informática, além da influência do universo digital e do apelo consumista, o pós-modernismo é um processo ainda em desenvolvimento que cultua a individualização, a liberação dos medos e preconceitos, além da liberdade de expressão, da tecnologia e da facilidade da comunicação.

Os Sertões

Entre o ensaio científico e a literatura, a obra do engenheiro-escritor surpreende pela descrição da guerra de Canudos e o uso da palavra. O romance Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha, surgiu de uma reportagem encomendada pelo jornal O Estado de São Paulo. Encarregado de cobrir a Guerra de Canudos (1896-1897), Euclides encontrou nos confrontos entre o Exército brasileiro e um grupo de fanáticos religiosos liderados por Antônio Conselheiro matéria para descrever a geografia e a população do sertão baiano. Vistos como uma ameaça à jovem República brasileira, os seguidores de Conselheiro foram dizimados. “Aquela campanha lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciêmo-lo”, afirma o escritor na nota preliminar do livro. Dividido em três partes – A Terra, O Homem e A Luta - , o livro concentra diversas influências de seu tempo. Teóricos europeus, declaradamente ou não, alicerçam o autor na definição do sertanejo, depreciado pelo embasamento em correntes deterministas – hoje ultrapassadas. A obra, publicada no limiar do século 20, em 1902, de certa forma teria estreita ligação com o naturalismo que a precede, mas apontava para o modernismo que adviria duas décadas depois: o estudo do homem brasileiro seria um dos seus objetivos. Nascido na cidade de Cantagalo (RJ) em 1866, Euclides estudou engenharia na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, o que lhe forneceu os instrumentos para a análise e o exame feitos no livro. Seria impreciso enquadrar a obra em um único gênero. Não se trata apenas de uma relato científico ou jornalístico. O entrecruzamento dessas formas com o emprego do lirismo, de complexas figuras de linguagem e do tom de “ataque franco”, segundo o próprio Euclides, resultou na “bíblia da nacionalidade” – para tomar emprestada a definição do célebre abolicionista Joaquim Nabuco sobre o romance. Para a literatura brasileira, a grandeza de Os Sertões está obviamente no trabalho de linguagem operado pelo autor, que sob o primeiro plano da objetividade científica, se deixa tomar pela indignação e pelo espanto ante o que testemunha. Euclides via a República de maneira desiludida, identificava as “sub-raças” e prenunciava a sua extinção. Mas a natureza o surpreende quando o período é o das chuvas: “E das caatingas [...]. [...]segue o campeiro pelos arrastadores, tangendo a boiada farta, e entoando a cantiga predileta…Assim se vão os dias. Passam-se um, dois, seis meses venturosos, derivados da exuberância da terra [...]“. Esse deslumbramento alterna-se com o retrato da seca, o “martírio secular da terra”. A proliferação de antíteses se dá também em outros níveis da obra, uma das razões que levam os críticos a ver um “barroco científico” moldando a narrativa. É de um Euclides observador preciso e rigoroso e plenamente hábil na construção de imagens que José Lins do Rego e Graciliano poderão herdar, cada um a sua maneira, as bases de um regionalismo maduro. Até sua morte no Rio de Janeiro, em 1909 – morto em duelo com o amante da mulher – , Euclides ainda publicou o livro Contrastes e Confrontos (1907) e à Margem da História (1909) que foi lançado postumamente.

Cunha e Lobato

Euclides da Cunha BIOGRAFIA: Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo (RJ), no dia 20 de janeiro de 1866. Foi escritor, professor, sociólogo, repórter jornalístico e engenheiro, tendo se tornado famoso internacionalmente por sua obra-prima, Os Sertões. Morreu no dia 15 de agosto de 1909, depois de uma troca de tiros com o aspirante Dinorá e seu irmão, o cadete Dilermando de Assis. Em 1916, o segundo-tenente Dilermando de Assis, que havia sido absolvido da morte do biografado (legítima defesa), matou em um cartório de órfãos no centro do Rio o aspirante naval Euclides da Cunha Filho, o Quidinho, que tentou vingar a morte do pai. Dilermando foi novamente absolvido pelo mesmo veredito. PRINCIPAIS OBRAS: •Os Sertões (1902) - Retrata a Guerra dos Canudos, sendo publicado nos seguintes idiomas: alemão, chinês, francês, inglês, dinamarquês, espanhol, holandês, italiano e sueco. •Contrastes e Confrontos (1907) - Pode-se dizer que é uma obra científica e uma obra de arte. Trata-se de uma obra única na história das letras brasileiras. •À Margem da História (1909) - Publicação póstuma, reúne os artigos de Euclides sobre a Amazônia antes e após sua viagem à região. Os ensaios amazônicos reforçam a tese de uma formação histórica marcada por contrastes e antagonismos. O dever da ciência e dos intelectuais era, para Euclides da Cunha, promover o encontro entre Estado e nação. Monteiro Lobato BIOGRAFIA: José Bento Monteiro Lobato foi contista, ensaísta e tradutor. Este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor. Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis. Este notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infantil no Brasil. Em 5 de julho de 1948, perdeu-se esse grande homem, vítima de colapso, na Capital de São Paulo. PRINCIPAIS OBRAS: •Urupês (1918) - Aborda a decadência da agricultura no Vale do Paraíba, após o “ciclo” do café. •Idéias de Jeca Tatu (1919) - História de Vilela, Camilo e Rita envolvidos em um triângulo amoroso. •A Menina do Narizinho Arrebitado (1920) - Tem como personagens principais Emília e Narizinho em mais uma de suas histórias inéditas. •O Pica-Pau Amarelo (1939) - Aborda a Turma do Sítio (Emília, Narizinho, Pedrinho, Marquês de Rabicó, Conselheiro, Quindim, Visconde de Sabugosa, Dona Benta, Tia Nastácia, Tio Barnabé, Cuca, Saci, etc) vivendo situações e aventuras que mexem com a imaginação da criançada.

Literatura no Século XX

No início do século XX, a literatura brasileira passou por uma fase de transição, em que confluem elementos do Parnasianismo, do Simbolismo e do Impressionismo, herdeiro do Realismo. Escritores como Coelho Neto, Afrânio Peixoto, Adelino de Magalhães e Machado de Assis (última fase) não escaparam ao dualismo da época: De um lado os laços com o Realismo e o Naturalismoe do outro impregnações intimistas e esteticistas. Por outro lado, surgiram na época tendências que anteciparam alguns dos programas defendidos posteriormente pelos modernistas de 1922. Denomina-se pré-modernista tudo que nas primeiras décadas do século revelaram novo enfoque da nossa realidade cultural. Nesse sentido, pode-se considerar pré-modernista a prosa regionalista:

Pré - modernismo

O final do século XIX e o início do século XX foi marcado pela ascensão do regime republicano e por diversas manifestações populares que se opunham ao sistema político, bem como combatiam as injustiças sociais, que foram deixadas de lado pelas oligarquias cafeeiras que controlavam a máquina eleitoral. Nesse contexto marcado por modificações nas cidades e, ao mesmo tempo, abatidas por crises sociais que se estenderam também ao campo, resquícios de um processo de abolição tardio e mal-executado, nasce o Pré-Modernismo. Um período transitório na produção literária, no qual alguns autores, ainda não modernos, buscavam inovar e romper com o passado. Nesse momento efervescente de ideias, com estilos variados, destacam-se alguns autores que, embora com individualidades marcantes, mantêm alguns pontos em comum com relação às obras. Os Sertões e Canaã, publicados em 1902, marcam o início do período pré-modernista.